Políticas de desenvolvimento da infraestrutura para o saneamento básico no Brasil: empecilhos à execução das metas e limitação do acesso ao bem público

Infrastructure development policies for basic sanitation in Brazil: obstacles to the execution of goals and limitation of access to public goods

Autores

  • Ana Paula Sousa Fernandes Universidade de Brasília (Brasília, Distrito Federal, Brasil)
  • Lígia Maria Silva Melo de Casimiro Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, Ceará, Brasil)

DOI:

https://doi.org/10.48143/rdai.21.fernandes

Palavras-chave:

serviço público de saneamento básico, universalização do acesso a água, regulação do serviço de saneamento básico, política urbana de desenvolvimento sustentável, segurança jurídica dos contratos de obras de infraestrutura

Resumo

O acesso à água potável e aos serviços que lhe cercam deve ser assegurado como um bem público de essencialidade vinculada à manutenção da vida. A relevância do tema está no fato de que se não forem adotadas políticas dialógicas quanto ao uso deste recurso natural é a própria condição humana que estará ameaçada de extinção. Dessa forma, busca-se demonstrar o papel do saneamento básico na proteção dos recursos hídricos, em especial, no que diz respeito a quantidade e qualidade da água, e a necessidade de sua expansão (universalização) por meio de uma prestação regionalizada e de uma eficiente regulação do setor. O Estado necessita de investimentos privados para garantir a implementação de novas obras de infraestrutura a fim de conferir o direito de acesso ao saneamento básico a milhares de brasileiros que ainda não contam com esse serviço público. Para tanto, faz-se necessário conferir maior segurança jurídica a tais contratos administrativos para que seja ampliado o número de investidores privados que tenham interesse em disputar este mercado com as empresas estatais e garantir soluções inovadoras para uma efetiva universalização deste serviço público.
Recebido: 07.07.2021 | Aprovado: 14.12.2021

Biografia do Autor

Ana Paula Sousa Fernandes, Universidade de Brasília (Brasília, Distrito Federal, Brasil)

Promotora de Justiça do Estado de Goiás e Pesquisadora do Grupo Nacional de Estudos de Direito do Saneamento Básico - GESANE/UnB - Universidade de Brasília.
ORCID iD icon 0000-0001-7670-9006 | anapaula.sousa@mpgo.mp.br

Lígia Maria Silva Melo de Casimiro, Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, Ceará, Brasil)

Professora do Departamento de Direito Público e da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Designer da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, Ceará, Brasil). Doutora em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR. Mestra em Direito pela Pontifícia Universidade Católica  de São Paulo - PUCSP. Diretora do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo - IBDA. Coordenadora Regional do Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico - IBDU.
ORCID iD icon 0000-0001-7987-4381 | ligiamcas@ufc.br

Referências

ABAR. Pesquisa interna da ABAR sobre as Normas de Referência. Associação Brasileira das Agências de Regulação. Brasília, 2020.

ALMEIDA, Fernando Menezes; MOURÃO, Carolina Mota. Saneamento e Inovação: Reflexões por Ocasião da Edição da Lei n. 14.026/20. In: PEREZ, Marcos Augusto, SOUZA, Rodrigo Pagani de, TOJAL, Sebastião Botto de Barros, CUNHA FILHO (Coords.). Desafios da Nova Regulação do Saneamento no Brasil. Parte 1. Federalismo. São Paulo: Quartier Latin, 2021.

ANA. Conjuntura dos Recursos Hídricos do Brasil – Encarte Especial sobre Crise Hídrica. Brasília, 2021.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF), ADI 1842 e ADI 6492. Rel. Min. Luiz Fux.

CASIMIRO, Lígia Maria Silva Melo de. MAIA, Isabelly Cysne Augusto. Reflexções sobre a articulação das agencias reguladoras com os órgãos de defesa do consumidor e do meio ambiente (artigos 31 a 33 da Lei n. 13.848/2019). In SCHIER, Adriana; Fortini, Cristiana; MELO, Lígia; VALLE, Vanice (Coords.). Marco Legal das agências reguladoras na visão delas. Belo Horizonte: Fórum, 2021.

GRAZIERA, Maria Luiza Machado; JEREZ Daniela Malheiros. O papel do Saneamento Básico na Proteção dos Recursos Hídricos. In: GRAZIERA, Maria Luiza Machado; OLIVEIRA, Carlos Roberto de (Coords.). Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Indaiatuba, São Paulo: Editora Foco, 2021.

INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saneamento Básico: Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário (PNSB/2017). Rio de Janeiro. Brasil.

INSTITUTO Trata Brasil. (2021). Ranking do Saneamento Básico. Fortaleza. Brasil. Disponível em: https://www.tratabrasil.org.br/estudos/estudos-itb/ranking-do-saneamento

MACHADO, Antônio Pedro. O Spending Power da União e sua Utilização Legítima: uma Análise da Política Pública Nacional de Saneamento Básico e da Jurisprudência da Suprema Corte Americana. In: PEREZ, Marcos Augusto, SOUZA, Rodrigo Pagani de, TOJAL, Sebastião Botto de Barros, CUNHA FILHO (Coords.). Desafios da Nova Regulação do Saneamento no Brasil. Parte 1. Federalismo. São Paulo: Quartier Latin, 2021.

MARRARA, Thiago. “Mosaico Regulatório”: As Normas de Referência da ANA para a Regulação dos Serviços Públicos de Saneamento Básico à Luz da Lei n. 14.026/2020. In: GRAZIERA, Maria Luiza Machado; OLIVEIRA, Carlos Roberto de (Coords.). Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Indaiatuba, São Paulo: Editora Foco, 2021.

MARRARA, Thiago. Tarifa mínima para manutenção de serviços públicos de forneci-mento de água e de coleta de esgoto. Revista de Direito Administrativo e Infraestrutura - RDAI, São Paulo, v. 3, n. 11, p. 223–254, 2019. DOI: 10.48143/rdai/11.marrara.

BARBOSA, Allan Fueiza; MARRARA, Thiago. As funções do regulador de saneamen-to básico no Brasil. Revista de Direito Econômico e Socioambiental, Curitiba, v. 10, n. 3, p. 127-147, dez. 2019. ISSN 2179-8214. Disponível em: <https://periodicos.pucpr.br/index.php/direitoeconomico/article/view/25359>. Acesso em: 01 nov. 2021. doi:http://dx.doi.org/10.7213/rev.dir.econ.soc.v10i3.25359.

MARQUES, Rui Cunha. Regulação do Serviço de Saneamento Básico. In: GRAZIERA, Maria Luiza Machado; OLIVEIRA, Carlos Roberto de (Coords.). Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil. Indaiatuba, São Paulo: Foco, 2021.

NÓBREGA, Marcos. Direito e Economia da Infraestrutura. 1a.Reimpressão. Belo Horizonte: Fórum, 2020.

NOHARA, Irene Patrícia. Reforma Administrativa e burocracia: impacto da eficiência na configuração do Direito Administrativo brasileiro. São Paulo: Atlas, 2012.

OCDE. Annual Report on competition policy developments in Brazil. Paris, 2017.

PETHECHUST, Eloi Rodrigues Barreto. CASIMIRO, Ligia Maria Silva Melo de. O direito à cidade: eficiência da política nacional de resíduos sólidos à luz da análise econômica do direito. Revista de Direito da Cidade. v. 08, nº 1. p.294-307. Disponível em https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/rdc/article/view/19807/15658. Acesso em 10 de nov 2021.

PEREIRA, C. Normas de referência da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) e conflitos regulatórios. Informativo Justen, Pereira, Oliveira e Talamini, Curitiba, nº 175, set. 2021. Disponível em:< https://justen.com.br/pdfs/IE175/Cesar-NormasANA.pdf>. Acesso em 09/10/2021.

SÁNCHEZ BRAVO, Álvaro A.. Hacia un reconocimiento del agua como derecho huma-no universal. Revista de Direito Econômico e Socioambiental, Curitiba, v. 8, n. 3, p. 220-238, dez. 2017. ISSN 2179-8214. Disponível em: <https://periodicos.pucpr.br/index.php/direitoeconomico/article/view/21365>. Acesso em: 01 nov. 2021. doi:http://dx.doi.org/10.7213/rev.dir.econ.soc.v8i3.21365.

RIBEIRO, Wladimir Antônio. ANA recebe sugestões para Norma de Referência sobre Metas de Universalização. In: Migalhas. Publicado em 05/10/2021. https://www.migalhas.com.br/depeso/352696/ana-recebe-sugestoes-para-norma-de-referencia. Acesso em 12/10/2021.

SAVIOLI, Anna Beatriz. A Competência Normativa e o Papel Uniformizados da Agência Nacional de Águas e Saneamento – ANA no Setor de Saneamento Básico. In: PEREZ, Marcos Augusto, SOUZA, Rodrigo Pagani de, TOJAL, Sebastião Botto de Barros, CU-NHA FILHO (Coords.). Desafios da Nova Regulação do Saneamento no Brasil. São Paulo: Quartier Latin, 2021.

SISTEMA Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Relatório de diagnóstico – Ano 2019. Brasília. Brasil. Disponível em: https//:www.snis.gov.br.

STIGLER, George J. The Theory of Economic Regulation. The Bell Journal of Econo-mics and Management Science. Vol 2. No. 01. (Spring, 1971). Published By: RAND Corporation.

SUNSTEIN, C. R. The Cost-Benefit State. In: Theory and Application, Sage Publication, 2003.

TIROLE. Jean. Economia do Bem Comum. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2020.

VERNAGLIA, Teresa. A inovação contra a crise hídrica. Jornal O Globo. Publicado em 06/10/2021. https://aesbe.org.br/inovacao-contra-a-crise-hidrica/. Acesso em 12/10/2021.

ZOCKUN Maurício. As competências normativas da Agência Nacional das Águas e Sa-neamento Básico (ANA) em razão do advento da Lei federal n. 14.026, de 2020, modifi-cativa do “marco legal” do saneamento. In: DAL POZZO, Augusto Neves (Coord.). Lei Federal n. 14.026/2020. O Novo Marco Regulatório do Saneamento Básico. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020.

Publicado

2023-03-03

Como Citar

FERNANDES, Ana Paula Sousa; CASIMIRO, Lígia Maria Silva Melo de. Políticas de desenvolvimento da infraestrutura para o saneamento básico no Brasil: empecilhos à execução das metas e limitação do acesso ao bem público: Infrastructure development policies for basic sanitation in Brazil: obstacles to the execution of goals and limitation of access to public goods. Revista de Direito Administrativo e Infraestrutura | RDAI, São Paulo: Thomson Reuters | Livraria RT, v. 6, n. 21, p. 25–49, 2023. DOI: 10.48143/rdai.21.fernandes. Disponível em: https://rdai.com.br/index.php/rdai/article/view/fernandes2022. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Atividade de Infraestrututra | Infrastructure activity

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.