Os limites da apreciação judicial (valoração) dos atos interna corporis
The limits of judicial assessment (valuation) of interna corporis acts
DOI:
https://doi.org/10.48143/rdai.22.araujoPalabras clave:
Interna corporis, Princípio da separação dos Poderes, quebra de decoro, teoria dos sistemas, judicialização da políticaResumen
Este artigo possui como objetivo recuperar o entendimento jurisdicional e doutrinário sobre os limites judiciais para a apreciação de atos com natureza jurídica interna corporis - em face de recente manifestação em sentido diverso por parte de órgãos colegiados do Poder Judiciário. Toma-se como fio condutor de nossa reflexão um procedimento de cassação de mandato popular de vereador, por quebra de decoro, pela respectiva Câmara Municipal. Procurar-se-á situar de forma adequada o que significa dizer que a cassação de mandato parlamentar é ato substancialmente político; a inexistência e a impossibilidade de tipificação legal em tais circunstâncias; discorrer com base na teoria dos sistemas de Luhmann sobre a autonomia e a diferenciação funcional entre o sistema jurídico e o sistema político em face da valoração judicial do ato atentatório ao decoro parlamentar; e por fim, sobre determinados aspectos e consequências da judicialização da política (e do ativismo judicial) que no presente concorrem para o processo de erosão do regime democrático em nosso país.
Citas
AIETA, Vânia Siciliano. Criminalização da Política: a falácia da judicialização da política como instrumento democrático. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2017.
BARROSO, Luís Roberto. Judicialização, Ativismo Judicial e Legitimidade Democrática. Disponível em: https://www.direitofranca.br/direitonovo/FKCEimagens/file/ArtigoBarroso_para_Selecao.pdf. p.10-13. Acesso em 29/02/2022.
BIM. Eduardo Fortunato. A cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar: sindicabilidade jurisdicional e tipicidade. Revista de Informação Legislativa (Senado Federal). Brasília, a.43, n.169 jan./mar. 2006.
CASARA, Rubens R. R. Estado Pós-Democrático. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
COSTA COELHO, Paulo Magalhães. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2004.
DWORKIN, Ronald. O Império do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
LOPES JR. Dalmir. Niklas Luhmann. In. Curso de Sociologia Jurídica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
LUHMANN, Niklas. Sociologia do Direito (I/II). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1983.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25.ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2000.
NEVES, Marcelo. Entre Têmis e Leviatã: uma relação difícil. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2006.
SAAVEDRA, Giovani Agostini. Jurisdição e Democracia – uma análise a partir das teorias de Jürgen Habermas, Robert Alexy, Ronald Dworkin e Niklas Luhmann. Porto Alegre: Livraria e Editora do Advogado. 2006.
SILVA, José Afonso. Comentário Contextual à Constituição. 8.ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012.
VILLAS BÔAS FILHO, Orlando. O Direito na Teoria dos Sistemas de Niklas Luhmann. São Paulo: Max Limonad, 2006.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl; PIERANGELI, José Henrique. Manual de Direito Penal Brasileiro. 2.ed. São Paulo: RT, 1999.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Este periódico é licenciado por (CC BY-NC-ND)
El envío y publicación de artículos son gratuitos; revisado por pares; la revista usa CrossCheck (anti-plagio); y cumple con la Guía del Editor de COPE; Comité de Ética en Publicaciones, además de las recomendaciones de Elsevier y SciELO. Consulta las Normas para la presentación y evaluación de la RDA.